Estou só e penso em você
As paredes se abrem e os
olhos se perdem
Na lonjura do infinito
A cama está fria
Estou com frio e nem o
cobertor de lã me aquece
Me jogo da altura de muitos
andares
Livre e solto no ar e sem
asas,
O chão que me apara sangra
suas dores.
Queria, só por um momento,
poder não cair
Sentir o frescor da brisa no
peito, em pleno voo
E a magia do voo, com asas a
me levar
Ao porto seguro que não sou.
Estou só e já morri muitas
vezes
Ainda penso em você
O telefone toca, uma voz soa
distante
Não é você e nem atendo
Tão longe da realidade que
estou
A porta se abre e só entra a
noite a me fazer companhia
Me trás a amargura da vida
tragada em três dedos de Whisky
Estou boiando na vida, a
praia cada vez mais distante
A serenidade naufragada,
causa de um só desprezo.
Na janela já é madrugada
O horizonte parece que me
espera
Venero a luz
Não sei se a verei de novo
Quando no arrebol vir o sol
Não sei se ainda estarei
aqui.
Na lembrança os sonhos e
desejos primeiros
Menino e vida se fundiam. Uma
alegria só
De emoções e amores a
oferecer.
Estou partindo, finalizando a
caminhada, e,
Já ouço o chamado. Sua voz é
triste chamando por mim
Encurtam-se as distâncias
Não existo na tua ausência
Logo estarei ao teu lado.
Perdoa-me!
Procurar-te-ei por todas as
vidas e...
Que o céu nos seja
eternamente
Minimizando as dores que
fomos
Perdoa-me!
Tua partida me partiu
E só pedaços do existir me
deixou
Espalhados por todos os dias
e vidas e mortes
À tua procura.
Recomeçar-mos-emos
Do ponto onde não paramos
Da ponte em que não passamos
Do ponto onde começamos
A ver o sol todo dia
Perdoa-me!
Começar tudo de novo
Todo dia um recomeço
No outro lado da vida
Onde a morte já não mais
vive.
Roberval Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Poste o seu comentário aqui