O
estouro de uma boiada
Coisa
que ninguém entende
Do
nada te surpreende
E
sai tudo em disparada
Do
nada fazem parada
E
volta tudo ao normal
Caminhando
tudo igual
Parecem
até uns anjinhos
Tudo
emparelhadinho
Mas
deixa um estrago real
Deslocando
passo a passo
Seguindo
no passo lento
Se
butar no enquadramento
Dá
medida de compasso
Basta
um pequeno mormaço
Já
levantam a cabeça
Caso
isso aconteça
Se
prepare para o estalo
Principiou
o disparo
É
grande o quebra-cabeça
São
tão passivos os bichinhos
Seguem
pastando contentes
Se
vão subservientes
Pelas
trilhas do caminho
Uma
juriti sai do ninho
O
anum dá seu piado
Um
graveto espedaçado
Anúncio
do alvoroço
Vira
um angu de caroço
De
cascos em burburinho
Lá
vai andando a boiada
Feito
cobra rastejando
Lentamente
vão pastando
Na
paisagem estiada
Uma
baladeira armada
A
pedra parte certeira
Um
menino lá da feira
Botou
a feira em perigo
Parece
até um castigo
Na
feira tudo é carreira
Do
jeito que começaram
Pararam
sem ter por que
Nem
cansaram de correr
Ao
passo lento voltaram
O
estrago que causaram
É
prejuízo medonho
Na
venda de seu Totonho
Não
ficou um item em pé
Dona
Mercês diz, pois é
Eita
vaqueiro bisonho!
Roberval Silva
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