Eu
quase que nem mais choro
As
lágrimas me abandonaram
As
explorei tanto e tanto
Que
elas de mim viajaram
Se
foram, se dissiparam
E
eu fiquei meio assim
Não
sei nem como é que estou
Assim,
olhando a distância
Os
olhos fixos, parados
Paisagens
se vão passando
Pessoas
vão caminhando
E
eu passando ao largo
Tô
vendo e não estou vendo
Sinto-me
alheio a tudo
Que
já me foi mais amado
Sabe
como é que é?
Você
já se sentiu assim
É
como se em todo o mundo
Nada
mais lhe interessasse
Como
se a vida acabasse
Sem
ter chegado o seu fim
Não
sei nem mais como agir
As
forças que um dia eu tive
Os
combates que travei
Quantas
batalhas venci?
No
trem do tempo me vi
Quão
lutas vitoriosas
As
glórias glorificadas
Essas
glórias alcançadas
Será
que tudo perdi?
Os
olhos fixos, inertes
E
a cabeça rodando
O
pensamento pensando
Eis
que me vem um alento
Olha
lá fora, é o vento!
Que
continua a soprar
Eu
me sou tal qual o vento
Nada
me pode estacar
Nada
me pode deter
Uma
dor? Eu mando embora
Insegurança,
se manda
Angústia
não é demanda
Vou
prosseguir e é agora
Persistir
no meu querer
Lançar
todo o medo fora
E
o vento me invade o peito
Encho
os pulmões de alegria
Nos
olhos meus já se abria
A
janela da esperança
Ah!
Deus, como a vida é bela
Como
é gostoso viver
O
despertar todo dia
A
hora do entardecer
A
tua mão me mostrando
Qual
o caminho a seguir
O
teu amor infinito
Extravasando
em mim
Oh!
Deus, estou caminhando
A
vida recomeçando
Tua
face contemplando
Razão
do meu existir.
Roberval Silva
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